No dia 2 de outubro do próximo ano, milhões de brasileiros irão às urnas para definir representantes à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal. Na mesma data, a população também escolherá quem comandará os palácios do Piratini e do Planalto em uma disputa que já se anuncia tensa e marcada, ao que tudo indica, pela polarização. Em meio às eleições gerais, o maior nome do tucanato da Região Central, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), pode levar Santa Maria ao protagonismo do pleito de 2022 no Rio Grande do Sul. Isso porque o partido enxerga no tucano um forte candidato ao governo do Estado ou ao Congresso Nacional.
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Apesar de nos últimos meses o chefe do Executivo negar qualquer propensão a lançar uma candidatura _ o que acarretaria renunciar a prefeitura _, agora, uma combinação de fatores pode alçá-lo a candidato. Na última segunda-feira, Pozzobom esteve em Porto Alegre e se reuniu com a cúpula do PSDB. O partido tem o entendimento de que ele pode ampliar a bancada tucana na Câmara dos Deputados _ hoje o partido tem dois deputados _, e Pozzobom _ prefeito reeleito da sexta maior cidade do Estado _ teria condições de assegurar uma cadeira em Brasília.
Mais distante, mas não menos possível, é a possibilidade de o prefeito de Santa Maria ser o nome do PSDB ao Piratini. Quatro nomes são cogitados: o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, o ex-prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior e o de Jorge Pozzobom.
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O chefe do Executivo municipal afirma que tem ainda duas grande missões em Santa Maria, o controle da pandemia de coronavírus e a conquista da Escola de Sargentos das Armas (ESA), mas não descarta nenhuma das possibilidades, ainda mais se for chamado pelo maior nome do partido no Estado, o governador Eduardo Leite. Tudo será avaliado, aponta Pozzobom:
_ Controlar a pandemia e trazer a ESA são minhas missões no momento. Com resultados favoráveis, existem estas possibilidades. O partido lembrar do meu nome ao governo do Estado é algo muito positivo, de que estamos fazendo um bom trabalho na cidade. E também é preciso lembrar que se a ESA vier, precisamos garantir todas as concessões que fizemos, e tudo isso passa por Brasília, para trazer recursos.
CONVERSAÇÕES
A 365 dias para as chamadas eleições gerais, partidos e lideranças políticas já estão em conversações e tratativas para o próximo pleito. Quem ainda não se lançou como pré-candidato é porque avalia as melhores estratégias. O quinto maior colégio eleitoral do Rio Grande do Sul, com mais de 200 mil eleitores, é estratégico às pretensões partidárias. Siglas e legendas apostam em nomes já conhecidos no cenário político, bem como em estreias para emplacar mandatos a partir de 1º de janeiro de 2023.
O desafio está colocado. Independentemente da posição dentro do espectro político-partidário, a reportagem do Diário observou uma tendência entre líderes partidários: a necessidade de se ter nomes que transitem longe dos extremos representados pela direita de Jair Bolsonaro e da esquerda de Lula.
Mesmo que haja um nicho e, até mesmo, um vácuo a ser preenchido, a polarização na disputa presidencial se reflete, aos poucos, por aqui em Santa Maria. O município, em 2018, deu uma guinada à direita. À época, na disputa ao segundo turno, ao irem às urnas, foram mais de 80 mil santa-marienses (quase 52% dos votos válidos) que disseram "sim" à proposta de Jair Bolsonaro, filiado, naquele momento, no PSL.
A esquerda, com Fernando Haddad (PT), ficou com 32,5 mil votos (21%). Porém, lideranças partidárias e políticos observam uma situação que, pode logo ali à frente, se desdobrar em uma "surpresa": a existência de uma chamada "maioria silenciosa" que não vai às ruas para defender um lado. Ou seja, é um grupo que busca e quer um diálogo à margem do bolsonarismo e do lulopetismo.
DEPUTADOS QUE BUSCARÃO NOVO MANDATO (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA)
BETO FANTINEL (MDB)
- Nome ligado à juventude emedebista, é natural de Dona Francisca e ligado a pautas da Quarta Colônia no Estado
- Cientista político e técnico em agropecuária, já foi assessor do ex-governador do Estado José Sartori (MDB), também atuou no Ministério da Cidadania ao lado do então ministro Osmar Terra
- Antes, foi vereador e secretário municipal de Dona Francisca
- Fantinel, que transferiu o título eleitoral para Santa Maria, assumiu o mandato no começo do ano, já que era quarto suplente da bancada do MDB
- Em 2018, ele fez 29.753 votos
- Na AL, tem sido aliado ao governo do Estado junto àquelas agendas já iniciadas, ainda na gestão Sartori (MDB), e que estão tendo sequência pelo governo Leite
GIUSEPPE RIESGO (Novo)
- Advogado com formação pela UFSM
- Fez "nome" com a vinda da caravana de Lula à UFSM em 2018. À época, Giuseppe Riesgo acionou o Ministério Público Eleitoral (MPE) e o Ministério Público Federal (MPF) porque, no entendimento dele, o petista se valeu de uma estrutura federal para promover um ato de "campanha política antecipada"
- A campanha dele foi toda feita junto às redes sociais
- Estreante no Parlamento Gaúcho, Riesgo conquistou 16.224 votos, sendo quase 7 mil no município
- O Novo, que tem adotado uma postura de independência dentro da Assembleia, vota "ao lado" da gestão Eduardo Leite apenas em questões mais voltadas às agendas liberais e privatistas, como foi no caso da venda da Corsan
VALDECI OLIVEIRA (PT)
- O metalúrgico começou a vida política por meio dos movimentos sindical e comunitário
- Em 1988, elegeu-se vereador em Santa Maria, sendo reeleito em 1992
- Também foi deputado federal por duas vezes e prefeito de Santa Maria por dois mandatos, entre 2001 e 2008
- Ele buscará o quarto mandato na Assembleia Legislativa. Foi reeleito em 2018, quando fez 57.840 votos (sendo quase 35 mil em Santa Maria)
- Valdeci tem sido, dentro da bancada de oposição, um dos mais ferrenhos críticos à gestão tucana
DEPUTADOS QUE BUSCARÃO NOVO MANDATO (CÂMARA DOS DEPUTADOS)
PAULO PIMENTA (PT)
- Emplacou o quinto mandato a deputado federal por Santa Maria
- Em 2018, Pimenta fez 133.086 votos e foi o deputado mais votado pelo PT no Estado
- Jornalista e técnico agrícola, começou sua trajetória política no movimento estudantil de Santa Maria. Na cidade, ele foi vereador por duas vezes e também deputado estadual pelo município
- De 2000 a 2002, foi vice-prefeito de Valdeci Oliveira em Santa Maria. Em 2008, concorreu à prefeitura da cidade, mas não se elegeu
- Tanto na Câmara Federal quanto nas redes sociais, é uma das vozes mais críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro
BIBO NUNES (PSL)
- Ex-vereador de Cruz Alta, entre 1983 e 1986
- Em 2018, conquistou seu primeiro mandato para a Câmara do Deputados, quando fez 91.664 votos
- Comunicador, escritor e empresário
- Aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro
MARCELO BRUM (PSL)
- Natural de Santiago, Brum é radialista
- Primeiro suplemente da coligação DEM/PROS/PSL, ele ficou em 51° lugar na disputa pela Câmara ao somar 24.820 em 2018
- Depois que Onyx Lorenzoni foi nomeado como ministro-chefe da Casa Civil, Marcelo Brum assumiu. Onyx foi o segundo deputado federal gaúcho mais votado, ao computar 183.518 votos
PEDRO WESTPHALEN (PP)
- Natural do município de Cruz Alta, Pedro Westphalen é médico
- Exerce seu primeiro mandato na Câmara
- Em 2018, conquistou 97.163 votos
POSSÍVEIS CANDIDATOS A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
- Alice Carvalho (PSol) - Candidata a vereadora mais votada de Santa Maria em 2020 (com cerca de 3,3 mil votos); candidata à Assembleia Legislativa em 2018 (com mais de 6,7 mil votos)
- Carla Kowalski (Cidadania) - Candidata a vice-prefeita em 2020
- Fabiano Pereira (PSB) - Ex-vereador e ex-deputado estadual, já concorreu a prefeito de Santa Maria. Também foi secretário de Estado
- Givago Ribeiro (PSDB) - Vereador em primeiro mandato, eleito com mais de 1,3 mil votos em 2020
- Jader Maretolli (PSL) - Candidato a prefeito em 2020
- João Ricardo Vargas (PP) - Conquistou seu terceiro mandato na Câmara em 2020, quando fez 1.315 votos
- Manoel Badke (DEM) - Vereador em sexto mandato, foi eleito ao Legislativo municipal 1.016 votos
- Marcelo Bisogno (PDT) - Ex-vereador, eleito ao Legislativo municipal com mais de 8,7 mil votos em 2012
- Maria Rita Py Dutra (PC do B) - Primeira suplente do partido e sétima candidata mais votada da cidade em 2020 (com mais de 2 mil voto)
- Marion Mortari (PSD) - Candidato a vice-prefeito em 2020 e já teve dois mandatos de vereador
- Werner Rempel (PC do B) - Ex-vice-prefeito e quarto vereador mais votado em 2020, com 2.604 votos
POSSÍVEIS CANDIDATOS À CÂMARA DOS DEPUTADOS
- Francisco Harrisson (MDB) - Candidato a vice-prefeito em 2020 e ex-vereador
- Paulo Burmann (PDT) - Reitor da Universidade Federal de Santa Maria